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Blog que divulga os mais diversos aspectos de nossa cultura popular nordestina e brasileira.
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São João em casa 23 Jun 2020 8:07 AM (4 years ago)


O São João esse ano tá diferente. Não tem festa na rua, o quiosque está fechado. Não tem arrasta-pé e o réla bucho adiado. A quadrilha não vai ter, fogueira melhor nem acender, pra não piorar quem tá doente. Porque o São João, esse ano, está diferente.

Mas a festa vai acontecer, diferente não é ruim. Chamada de vídeo com a paquera, que tem saudades de mim. Muitas lives na tela, forró pra gringo ver. O milho na panela e a cana gelada a descer. Por isso vem com a gente, faz o arraiá em casa. O São João tá diferente, mas logo logo isso passa.

Thiala Medeiros
@thialamedeirosf
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Nova Edição - Para rir até chorar com a cultura popular 9 Jun 2020 2:14 PM (4 years ago)

Este livro busca a essência da mais pura poesia popular. E decifra suas mais diversas formas de composições. Foi com essa intenção que o autor desta obra fez um estudo e descreveu em mais de 300 páginas os mais variados ramos da cultura popular, traduzidas em poesias, cantorias, literatura de cordel, emboladas, canções, gestas e romances. A trajetória dos repentistas e o universo dos seus conhecimentos, são aqui narrados, mostrando ainda aquilo que somente os grandes mestres da sabedoria popular podem interpretar fielmente.


Nesta 2ª edição, revista e melhorada, o autor ampliou suas observações, introduziu novos capítulos e aumentou o número de gêneros da cantoria. O resultado foi um aumento no campo e pesquisa de quem necessita compreender a literatura de cordel.

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E continua repassando para o leitor as brigas poéticas engraçadas, cantadas ou faladas, de poetas nordestinos. Uma farta análise relaciona cordel, emboladas, quadras, sextilhas, martelos, mourões e muitos outros gêneros da mais pura cantoria nordestina.                                                                     















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Ode á Mulher 9 Jun 2020 1:36 PM (4 years ago)

A Mulher traz em si toda pujança da poesia encarnada... Faça
ela uso de olhares, gestos, toques, sussurros ou palavras, ela consegue
penetrar objetivamente em nosso ser e pôr por terra cada barreira que
nos cerceava a alma...

Seja como mãe, filha, irmã, amiga, colega, esposa,
companheira de trabalho, amante ou musa, em cada fase de nossa
vida há uma mulher a nos influenciar! E é com sua verve, seu
carisma e sensualidade que o mundo se amolda, que a própria
existência se valoriza...

Entretanto, por malevolência e convencionalismo, não lhe é
dada a consideração devida; renegada inicialmente ao papel de
submissa e subalterna, verteu sangue em lutas homéricas para galgar
poucos (mas inestimáveis) degraus no escalonamento social...

Porém, de forma abnegada e nada pusilânime, demonstrou
força e coragem ímpares, venceu preconceitos e firmou seu marcante
papel na humanidade!

E não há como negar o quão idílico é esse papel! Inda que não tenhamos a ombridade de admitir, absorvemos, ávidos, seus
conselhos, ensinamentos, seus elogios e considerações, sua
experiência, seu carinho, sua energia... para, na maioria das vezes,
retribuir com imerecida e acre indiferença!

Quanta iniquidade! Uma ofensa fremente e mesquinha ao nobre clã feminino...

Cabe a cada um de nós nos insurgir com esta situação...
Devemos despir a máscara tirana da ilusória superioridade masculina
e abraçarmos a inquestionável verdade: não vivemos sem elas!
Precisamos delas!

É com elas (e por elas) que a Vida ganha mais cor, perfume,

textura, calor e beleza...

Nunca é tardio nos lembrarmos do que diz um sábio adágio
popular: “Deus criou o Homem primeiro, porque antes de
qualquer obra-prima, se faz um rascunho”...

(Sandro Toledo Rocco)
Santa Albertina

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Turbina
Ao Mestre, com carinho











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Ao Mestre, com carinho 9 Jun 2020 1:34 PM (4 years ago)

O conhecimento é uma arte, benfazeja e divinal,
Que molda o Espírito, esse nosso dom celestial,
E faz o Homem agigantar-se de forma conclusiva!
O saber concede ao Ser Humano imenso poder,
Capacitando-o a se aprimorar, a se desenvolver,
E alavancando-o ao ápice da escala evolutiva...
Tudo que se aprende é saudável e nos fortalece,
Pois a ignorância, maléfico estigma, embrutece,
Permeando com dissabor e apatia nossa essência!
E qualquer aprendizado, de maior ou menor grau,
Denota estímulo, um desenvolvimento pessoal,
Uma progressão em nossa conturbada existência...
Obviamente, a instrução é parte de um processo,
Uma diretriz que garanta e proporcione sucesso
Na árdua labuta de existir, e demonstrar valor!
E o regente desse mecanismo admirável, peculiar,
É um profissional que chegamos a menosprezar:
O complacente, contudo consternado educador!...
Sem suas preleções, enunciados e discernimento,
Não se aprimoraria em nós todo entendimento,
Nem se incutiria em nossa alma alguma erudição...
Mesmo desvalorizado, ante sua suma relevância,
Combate com galhardia a mácula da ignorância,
Se valendo de doutrina, estudo, idéias e informação!
E assim vai o Homem, em seu existir inconstante,
Pungido por intempéries, às quais suporta diletante,
Absorvendo as disciplinas desse emérito benfeitor...
Seu caminho é obscuro, mas ele o enfrenta com brio,
Pois tem um arrimo que o protege do total vazio:
Os métodos e ensinamentos do abnegado PROFESSOR...

(Sandro Toledo Rocco)
Santa Albertina/SP


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Turbina
Ode á Mulher













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Turbina 9 Jun 2020 1:32 PM (4 years ago)

Chamavam-no Turbina... Era magro, pequeno, rosto encovado, e muito pouco atraente! Mas com uma bola no pé, era um demônio encarnado!... Graças aos seus toques mágicos, chutes certeiros e dribles desconcertantes, o UVA (União de Vila Arapiraca) fora tantas vezes campeão do
Campeonato Amador do subúrbio...

Ah, quem, ali, não se lembrava, saudoso, daqueles jogos memoráveis? A final do campeonato de 2012, por exemplo, entre o UVA e o Corinthians de Vila Pavão... O jogo estava “pau-a-pau”, bola correndo para lá e para cá, o “0 x 0” parecia inevitável, e eis que, aos 42 do segundo tempo, o Turbina recebeu no bico da área, fez que ia bater e cortou para a esquerda; o zagueiro quase quebrou a
espinha! Pois o Turbina ainda se deu ao luxo de enfrentar o goleiro, dribla-lo como quis, e entrar “com bola e tudo”... Foi demais!

E a final de ’13, então? O Turbina me aparece no dia do jogo, com um “narigão” deste
tamanho, todo vermelho, dizendo que estava gripado, e pediu para entrar só no segundo tempo... O
técnico deixou, meio a contragosto, mas, afinal, craque é craque! Pois não é que o UVA levou dois gols do Mossoró, de Vila Indaiá, e o técnico teve que implorar pro Turbina entrar... Ele se levantou,
calmamente, com o olhar meio pesado, e foi pro jogo... Ah, foram três lances: uma falta bem cobrada,
uma cabeçada certeira, após um escanteio, e uma arrancada fulminante em contra-ataque, e olha o UVA bicampeão, “3 x 2”, na maior!

E só não foi “tri”, porque o Turbina não jogou a final de ’14, novamente contra o
Mossoró, dizendo que era aniversário de sua avó, que morava em uma cidade vizinha, e seria uma
desfeita muito grande deixar de ir, para jogar futebol...

Esse é o Turbina; gente finíssima, boa praça, ótimo amigo... Só tem um defeito: é ateu!
E ateu convicto! Pra ele, Deus é o gol, a bíblia era a bola, e a única religião que conhece é seu emprego de
pedreiro, que lhe ocupa toda a semana... Mas, também, ninguém é perfeito, não é? E também, porque se
ligar em detalhes, se o UVA está novamente na final do campeonato, depois de uma campanha brilhante,
invicta, com um único empate, e catorze vitórias, sendo seis por goleada (inclusive um humilhante “13 x
0”, contra o pobre São Luiz, de Jardim Osório, com sete gols do Turbina)... Agora, basta um empate, no
domingo, para levantar o “caneco”... E vai ser um jogão, afinal o adversário é o poderoso Estrela, da Vila
Paraíso, justamente o time que arrancara o empate contra o UVA na fase de classificação (mas no campo

deles, é claro!), e que fora, inclusive, o campeão do ano passado, tudo por causa de um juizinho sem-
vergonha que – pasmem! – tivera a coragem de expulsar o Turbina de campo, ainda no primeiro tempo,

apenas por ele ter reclamado “um pouquinho” de uma falta não-assinalada, e que ele com certeza
sofrera... Ah, mas, nesse ano, nada impediria o UVA de ser campeão novamente; ainda mais com o
Turbina em forma, devidamente consultado sobre as datas de aniversário de seus familiares, e sendo
tratado, toda a semana, como um príncipe!...
E no sábado, olha o Turbina concentrado, sentado tranqüilamente na varanda da casa em
que reside (e que ele mesmo ajudara a construir), em companhia de sua mãe, uma sergipana viúva, forte e
decidida. E ela, como toda mãe, fazia de tudo para agradar o filho:

- Hermógenes (vocês só conheciam ele por Turbina, não é?), tu comeu bem, filho? Olha,
se tu quiser, eu faço um docinho de goiaba, pra te deixar satisfeito, quer não?

- Não, mãinha, eu tenho que ‘tá em forma, pra amanhã... O pessoal ‘tá contando

comigo!
- E eu não sei? Mas saco vazio não pára em pé, sabe não? Então, é bom tu comer, filho...
- Eu ‘tô bem, mãinha... O que eu preciso é treinar um bocadinho, pra relaxar...

E apesar dos resmungos da mãe, lá vai o Turbina pro quintal, com uma bola debaixo do

braço, brincar de “balãozinho”... E lá vai um, dois, e...
- “Ops, escapou!”, pensou.
Vamos de novo! É um, dois...
- “Ué, escapou de novo!”

Outra vez! Um, dois, três e... e a bola escapou-lhe novamente dos pés e rolou,

caprichosamente, para longe, como que desfazendo dele...

O suor começou a pingar frio de sua testa! Como era possível? Ele, Turbina, o herói da
Vila Arapiraca, o Demolidor, o “Pelé Sergipano”, como o dizia o “Mané Português”, não dar mais que
dois ou três “balãozinho”? Não, não pode ser, deve ter algo de errado! E novamente ele tentou, e de novo,
e outra vez, e por fim, quedou-se ante a triste realidade: não era mais o mesmo! A bola já não o obedecia
mais como antigamente... Será que estava ficando velho? Não, não podia ser; afinal, estava apenas com
trinta e quatro anos e... E com trinta e quatro anos, o Pelé já tinha abandonado o futebol, não tinha? E o
Zico, que abandonara com trinta e dois anos? Ou seria com trinta e seis? Não importa! O que importa
realmente, que o deixava estarrecido, é que se deparara com um fato que, até então, ignorara: estava
ficando velho! O peso dos anos estava fazendo com que...
- Tudo bem aí, Turbina?

Assustou-se e olhou depressa pro lado, era o Pedrinho, seu reserva direto no time, que
passava ali perto e o cumprimentava... Ou será que não? Será que ele o vira fracassar na sua tentativa de
dominar a bola? Será que, por dentro, estava rindo-se dele, e de olho no seu lugar no time?

- Estou bem, sim, porque?
- Por nada, perguntei por perguntar... Tchau!
Foi-se... Graças a Deus! Deus?! Que que eu ‘tô falando, ‘tô ficando doido, ou então velho,
mesmo, vou ter que abandonar o time, vou... Calma! Nada de desespero! Tudo que eu tenho de fazer é
esconder esse fato por enquanto... Mas a final é amanhã! Calma! Eu só preciso descansar... Até amanhã,
eu dou um jeito!...

E assim, Turbina recolheu-se, pensativo, ao seu quarto, para espanto de sua mãe, que
nunca vira o filho deitar-se antes das nove ou dez horas, e não eram nem sete e meia, ainda! Porém, o
outro dia era dia de final de campeonato, e dona Luzia sabia que seu filho era o craque do time, e craque
tinha direito de ser esquisito, não tem?...

E eis que chegou o grande dia! A encosta do morro do Veado parecia pequena, pra tanta

gente que queria ver o jogo, que seria realizado no campinho, situado aos pés do morro...

Uma bandinha, improvisada com os instrumentos de uso da escola de samba local,
aumentava ainda mais a algazarra feita pela ruidosa torcida... Vendedores diversos gritavam seus bordões,
alguns torcedores mais exaltados soltavam rojões, e dezenas de crianças corriam por todos os lados! Uma

loucura, linda de se ver...

E olha lá o árbitro do jogo! Claro, só podia ser o Diogo, um espanholão enorme, operário
de uma montadora de automóveis, obviamente, a pessoa mais indicada para apitar o jogo; afinal, o árbitro
tem que impor respeito, e o Diogo, do alto dos seus 40 anos e 1,90 metros, parecia do tamanho do próprio
morro, de tão imponente...

E olha lá o Estrela, entrando em campo, com aquele uniformezinho brega, vermelho e azul,

com toda a pinta que iriam se sair bem... Coitados, que ficassem naquela ilusão!

E olha lá o UVA, saindo detrás do morro e adentrando no gramado! A torcida delira, grita,
esperneia... O pessoal da bandinha se esforça ao máximo para superar a balbúrdia, mas em vão...
E olha lá, fechando a fila: é o TURBINA! Franzino, porém, gigantesco! A torcida quase
derruba o morro!! Máquinas fotográficas estalavam os “flashes”, crianças puxavam sua camisa, e até
mesmo algumas moças mais corajosas – já que o pobre Hermógenes era bem “mal-feitinho”- se derretiam
em sorrisos... O Juvenal, que tocava o bumbo naquele momento, chegou a furar o dito-cujo, aos gritos de
“Dá-lhe, Turbina!”...

Porém, ninguém percebeu a insegurança presente nos sofridos olhos do nosso herói...
Conseguiria ele corresponder a tudo isso? Afinal, na véspera... Ah, também, para que se preocupar; a
véspera fora apenas um dia ruim, uma bobagem! Hoje é um novo dia! Vida nova, bola pra frente! Ele ia
arrasar, tinha certeza! E, abrindo um largo sorriso, começou a retribuir aos acenos do público, o seu
público... Porém, precavido, procurou manter-se afastado da bola, até o início do jogo...

Bola no centro! Tudo em ordem! Vai começar! O Diogo olha pra um lado, para o outro,

rosna alguma coisa, e apita! ‘Tá valendo!...

A bola, escrava irrequieta de pés habilidosos, passava e repassava em todos os cantos do
gramado... Aliás, gramado, era modo de dizer; em alguns pontos, mais parecia uma floresta! Em outros,
era terra, pura! Mas, justiça seja feita: o trecho próximo às bandeirinhas de escanteio estava perfeito!...
Não demorou muito, e a bola acabou chegando aos pés do Turbina... Discretamente, ele
apenas a tocou para outro companheiro, a alguns passos de distância... Corre o jogo; cinco minutos, dez,
quinze, e de repente, numa falha imperdoável da defesa do Estrela, a bola sobrou para o Turbina, quase na
risca da grande área, um pouco pra esquerda... Deu pra sentir falta de ar, quando praticamente todos, na
“geral”, prenderam a respiração! Porém, o chute saiu mascado, e a bola rolou mansa para os braços do
goleiro Manteiga... Tudo bem, foi só o primeiro chute, ia ter mais, esperem pra ver! E o jogo correndo...
Aos vinte e oito minutos, o “zagueirão” Sabino derrubou o atacante Miltão, do UVA, nas
proximidades da área... Era “no tipo” pro Turbina bater! A torcida do Estrela calou-se; a do UVA
explodiu! Manteiga engoliu em seco, e tratou logo de armar uma barreira com cinco jogadores...
E lá vai o Turbina, arrumando a bola, tomando distância, e esperando a autorização do

Diogo, que já estava até meio que virado pro meio do campo, a espera do gol iminente...

Autorizado! Turbina correu, bateu e... e a bola subiu uns dez metros, indo cair pra lá do
barraco do Gomes, que não era muito perto, não! Houve um certo silêncio, meio que forçado, um certo
constrangimento, mas tudo bem! Craque também erra, não é mesmo? Vamos em frente!...

Fora uma falta mais violenta, que virou um “bate-boca” entre o volante Alcir, do UVA, e o
meia Juquinha, do Estrela, e rendeu um cartão amarelo pra cada, o primeiro tempo arrastou-se sem
emoções até o final, mantendo-se em “0 x 0”...

No vestiário, improvisado com alguns caixotes empilhados, os outros integrantes do time

do UVA estava certo que o Turbina estava “se guardando”, para o segundo tempo... Ou, pelo menos,
todos esperavam que fosse isso! O técnico, “Mané Português”, até achou melhor deixar o rapaz em paz,
descansando, e resolveu dar bronca no coitado do lateral esquerdo, um negrinho espigado, chamado
carinhosamente de “Fumaça”, dizendo que ele estava “fazendo corpo mole”, e exigindo que ele corresse
mais... “- É”, pensou o Mané, “deixa o Turbina se concentrar”...

Contudo, entre os jogadores do Estrela, do outro lado do campo, o comentário, ainda que

em tom baixo, era outro:

- Eu tenho certeza que aquele tal Turbina ‘tá com medo de pegar na bola! Ela passou perto

dele umas três vezes, e ele, ó, nem te ligo...

- Eu senti que ele parece estar, sei lá, com cara de medo! O cara já é feio, com aquele olhar

de choro, então...

- Pois eu ‘tô achando que nós ‘tava com medo à toa! O cara não é de nada!
- Eu vou te contar: se esse tal Turbina se engraçar pro meu lado, dou-lhe um safanão, que

jogo ele fora do campo, mais forte do que eu já dei ano passado!...

O técnico do Estrela, um rapazote de 31 anos, chamado Norival, de cabelos despenteados,
óculos de grau, e que “herdara” o cargo do pai, um ex-sargento do exército, aposentado, que não pudera
vir, pois sofrera uma operação de ponte de safena, e encontrava-se em convalescença, viu ali uma
oportunidade de ouro! Os jogadores estavam acreditando que podiam ganhar, e ele tratou de incentivar
isso:

- É isso, gente! Essa história de craque é tudo mentira! Vocês acham que um magrelo
feioso daqueles era tudo aquilo que vocês ouviram? Olha só, Sabino, ele bate no teu umbigo, cara! ‘Cê
vai ter medo dele?...

E todos riram, satisfeitos, mentalizando o que fariam no segundo tempo...
Bola rolando! O segundo tempo começou como no primeiro: debaixo de muito barulho!
Mas o time do Estrela parecia mais aceso... Logo aos três minutos, o ponta Tatu passou como quis pelo
pobre Fumaça, foi à linha de fundo e cruzou, para uma forte cabeçada do centroavante Rodinaldo, o
goleiro Natal,do UVA, conseguiu defender, mandando para escanteio... O “Mané Português” quase entrou
em campo, para bater no seu jogador, e ficou um bom tempo gritando com seu lateral, que parecia querer
se esconder da fúria do seu treinador, mas não achava onde!

Aos dez minutos, Lindomar arriscou de longe e a bola explodiu no travessão, para alívio
do Natal e de toda a torcida do UVA presente... Esta estava impaciente, o time parecia perdido em campo,
ninguém acertava nada! Os torcedores perceberam que precisavam fazer alguma coisa, e tentaram gritar
ainda mais alto! Porém, aos vinte minutos, veio o tiro de misericórdia: Turbina perdeu uma bola
dominada, na intermediária, por lateral Castor, que lançou Rodinaldo, lá na frente... Este recebeu a bola,
balançou o corpo pra direita e cortou pra esquerda, derrubando sentado o zagueiro Osvaldir, e rolou na
frente para Juquinha, que ameaçou chutar e tocou, um pouco atrás, para o volante Lilico, que, vendo a
“moleza” em que o jogo se transformara, arriscara uma subida ao ataque, e só teve o trabalho de tocar
para o fundo das redes... Gol do Estrela! O “Mané” quase comeu o boné que usava, de raiva! Esbravejou,
xingou os jogadores, e lançou um olhar pro Turbina, que eu vou te contar... Que ele estivesse “se
guardando”, tudo bem, mas dormir em campo, era demais!...

Enquanto isto, a torcida do Estrela fazia a festa! Eles, que praticamente tiveram que

emudecer ante o arrojo da torcida adversária, agora abriam um berreiro ensurdecedor... Muitos não
podiam crer no que viam: o morro do Veado, reduto tradicional do verde e branco do UVA, naquele
momento era quase todo vermelho e azul!... O “seu” Laurindo, um dos torcedores-símbolo do time (fora
ele que doara o uniforme verde e branco, já que tinha o coração palmeirense), chorava, com olhar
assustado... “Dona” Higina, mãe do Alcir, rezava, sentindo o coração bater a mil... Todos estavam
pasmos, e a única reação que lhes ocorria era olharem para o Turbina, que, coitado, não sabia o que
fazer... Será que ninguém se dava conta que o time era composto de onze jogadores, e não apenas dele?
Começaram a surgir algumas vaias, tímidas, no começo, mas que foram aumentando de intensidade,
gradualmente...

Um tanto desanimados, os jogadores do UVA deram nova saída, e o Turbina, doido para
sair daquela situação, e mostrar a todos que eles estavam errados, tomou a bola e partiu pro ataque, com
raiva! Passou por um, por dois... A torcida animou-se, novamente! Esse era o Turbina que todos
conheciam! Agora, não tinha como par...

Silêncio...
O Turbina acabara de tropeçar, sozinho, na bola... Caíra e ficara lá estirado, a própria
imagem da derrota... E o time do Estrela partira em rápido contra-ataque, que só não resultou em gol
graças, novamente, a um milagre do goleiro Natal...

Pobre Turbina! Estava se levantando, cabisbaixo, quando o central do Estrela, um negrão
enorme, com o singelo apelido de “Montanha”, deu-lhe um cutucão no tornozelo, derrubando-o
novamente... E ainda saiu debochando de seu infortúnio!

Pobre Turbina! Queria, naquele momento, estar morto! Centenas de olhares estavam
cravados nele, como que acusando-o publicamente de ser responsável por aquela derrota! Ele, só ele!
Levantou-se, taciturno, e foi até a beira do gramado, pedindo ao técnico para substituí-lo... Mas o
“Mané”, talvez comovido com sua situação, ou talvez por não ter, no banco, nenhum milagreiro, disse-lhe
que confiava nele, e que ele deveria voltar e dar o melhor de si... Quando o Turbina voltou-se para o
gramado, “Mané” ainda acrescentou:

- E quem sabe, reze um pouco, pras coisas se assentarem...
Rezar! Logo ele, que, ao que se lembrasse, nunca entrara em uma igreja, depois do
batismo, e nem ao menos sabia o “Pai-Nosso”, direito! Pra quê, se até aquele momento vivera muito bem
sem aquilo?

Olhou em volta e percebeu que o time estava mesmo entregue! O máximo que seus
companheiros conseguiam era se defender, como desse... E olha que até isso estava difícil, tal o estado de
ânimo do Estrela!...

E assim o tempo foi se escoando... Vinte e cinco minutos, trinta, trinta e cinco, e a torcida
do UVA já vaiava a plenos pulmões, xingando os jogadores... Até que, quando o Turbina errou mais um
passe, alguém gritou:

- Tira esse perna-de-pau daí! – e a partir daí, toda a torcida começou a execrá-lo, a pedir
sua cabeça... Era uma cena dantesca, ver uma massa que o aplaudia, minutos antes, voltar-se tão
violentamente contra ele...

Mas ainda havia um fio de esperança! Afinal, bastava o empate para dar o título pro UVA!
E foi com isso em mente, que o Turbina passou a avisar seus companheiros que, na primeira
oportunidade, partiriam todos em bloco, tentando o gol salvador...

E a oportunidade surgiu: aos 43 minutos, o goleiro Manteiga não segurou um chute até

despretensioso de Tiãozinho, e cedeu um escanteio para o UVA...

O Turbina assumiu as rédeas do time, e deu ordem para todos se posicionarem,
estrategicamente distribuídos, de modo que não “embolassem” na área, o que favoreceria a defesa... Ele
próprio foi colocar-se na meia-lua adversária, um pouco à direita, sabendo que, se não aproveitassem
aquela chance, tudo estaria perdido...

Num rasgo de inspiração, volveu os olhos para o céu, e quase que inconscientemente,

pensou:

“- Deus do Céu, se ainda há salvação para um cabra da peste como eu, me perdoa, Senhor!
Mostra que ainda posso me redimir, e me concede só uma única dádiva: um golzinho, meu Deus; pode ser
simplezinho, não ligo... Eu me arrependo, meu Deus!”

Aquele pensamento o surpreendeu, e ao mesmo tempo, reconfortou; e foi com um

estranho, porém decidido brilho no olhar, que esperou a cobrança do escanteio...

Por sua vez, o Fumaça era justamente o oposto do Turbina: há vários minutos, rezava sem
parar, e nesse momento, estava arrumando a bola para a cobrança, e pensando o que fazer: bater rasteira,
com força, jogar alta, no “segundo pau”, ou tentar jogar para alguém em especial... Como todos do time, a
confiança que ele depositava no nosso herói era quase inabalável, e já que não tinham muito tempo, e as

coisas já estavam mal, achou que o melhor era tentar jogar para ele, e fosse o que Deus quisesse! Afastou-
se dois ou três passos, olhou e viu que a área próxima ao gol estava apinhada de gente, mas, curiosamente

(pra não dizer excesso de confiança dos adversários), o Turbina estava praticamente livre, na meia-lua...
Decidido, Fumaça correu pra bola, novamente com uma prece em mente, e bateu com convicção...
Tudo pareceu ocorrer em câmara lenta, para ele... A bola saindo do quarto de círculo, no
canto do campo (“- Me perdoa, Senhor!), descrevendo uma parábola curva (“- Um golzinho só!), e vindo
em sua direção, como a procurá-lo (“- Eu me arrependo, meu Deus!)... E ele, sentindo-se totalmente
revigorado, leve, como não se sentia há tempos, “matou” a bola no peito, “chapelou” o Montanha, que
viera tentar interceptá-lo, e sem deixar a bola tocar o solo, “fuzilou” o pobre Manteiga, estufando as
redes, numa rapidez tal que deixou todos de boca aberta!...

E o morro do Veado explodiu em verde e branco de novo! Todos se abraçavam, e
gritavam, inclusive o “Mané Português”, que, por estar sentado no banco de reservas, próximo da
bandeirinha de onde fora cobrado o escanteio, agarrara o infeliz do Fumaça, quase sufocando-o, aos
berros de: “- Eu sabia, nunca perdi a confiança nele! Nunca perdi a confiança em vocês dois!”... Apesar
de estar sem fôlego, de tão apertado, Fumaça sorria um sorriso de criança, afinal, não era sempre que seu
técnico lhe demonstrava afeto...

Depois disso, foi difícil reiniciar o jogo, para os instantes finais, mesmo porque até os
jogadores do Estrela não queriam mais saber da partida... O Diogo, aliás, não deu nem um minuto de
acréscimo, e pouco depois encerrou a contenda, momento em que tudo se repetiu: gritos, batucada,
abraços, enfim, tudo era alegria! A torcida e os jogadores do Estrela saíram “de fininho”, cabisbaixos, e
certamente cientes que não deviam mais menosprezar ninguém, principalmente alguém com o apelido de
“Pelé Sergipano”...

E o Turbina? Foi agarrado, abraçado, carregado, e tudo mais, mas não reclamou nem um

pouquinho... Chorava, sim, mas de alegria... Sentia-se um garoto! Estava leve, leve... e feliz!...

Turbina despediu-se do time naquela mesma semana... Entregou, ele próprio, a camisa que
fora sua por tanto tempo ao Pedrinho, abraçou cada um dos companheiros, agradeceu efusivamente ao
“Mané”, e saiu... Fora o último campeonato do qual participara...

Ele ainda bate sua bolinha, em companhia dos amigos, nos finais de semana... Tudo muito
informal, sem compromisso... Quem o conhece, jura que ele ainda é o mesmo de sempre: rápido,
habilidoso, um demônio!... Entretanto, muito poucos haviam percebido que, agora, sempre que ele
entrava em campo, tocava antes o solo, com a mão direita, e fazia o sinal da cruz...


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Obra-Prima 9 Jun 2020 1:28 PM (4 years ago)

Um dia, Deus quis extravasar sua harmonia,
E resolveu fazê-lo de forma extasiante,
Pintando um quadro, tão singelo e cativante,
Que, à sua presença, tudo se tornava Poesia...
Tomou por tela uma pele macia e quente,
De uma matiz enlevante e até profana,
Amoldada em uma curvilínea forma humana,
De uma simetria irrepreensível e silente...
Pintou com calma e paciência infindas,
Mas com tenacidade, argúcia e fulgor;
Doando de Si próprio ternura e amor,
E cada traço tinha nuances mais lindas!
Cada detalhe demonstrava Seus talentos:
Olhos firmes, mas de candura sem par;
Mãos delicadas, próprias para afagar,
E um coração repleto de bons sentimentos!
Cabelos soltos, ondas revoltas na brisa,
Gestos felinos, com voluptuosa intensidade;
Voz melodiosa, que dilui serenidade,
E um sorriso lindo, que cativa e energiza...
Ao final da obra, Deus sorriu, satisfeito,
E vendo um trabalho, assim, tão perfeito,
Doou-o ao mundo, para exaltar seu mister...
Inseriu-lhe Vida, Volúpia e Emoção,
Ornou-a com Carinho, Acalento e Paixão,
E nominou-a com o termo mágico: MULHER!...

(Sandro Toledo Rocco)
Santa Albertina-SP


Conheça + do autor
Ode á Mulher
Ao Mestre, com carinho
Turbina





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Nova Edição - Para rir até chorar com a cultura popular 29 Nov 2018 6:00 AM (6 years ago)



Este livro busca a essência da mais pura poesia popular. E decifra suas mais diversas formas de composições. Foi com essa intenção que o autor desta obra fez um estudo e descreveu em mais de 300 páginas os mais variados ramos da cultura popular, traduzidas em poesias, cantorias, literatura de cordel, emboladas, canções, gestas e romances. A trajetória dos repentistas e o universo dos seus conhecimentos, são aqui narrados, mostrando ainda aquilo que somente os grandes mestres da sabedoria popular podem interpretar fielmente.

Nesta 2ª edição, revista e melhorada, o autor ampliou suas observações, introduziu novos capítulos e aumentou o número de gêneros da cantoria. O resultado foi um aumento no campo e pesquisa de quem necessita compreender a literatura de cordel.

Saiba mais sobre o autor
Saiba mais sobre o livro
Leia alguns trechos

E continua repassando para o leitor as brigas poéticas engraçadas, cantadas ou faladas, de poetas nordestinos. Uma farta análise relaciona cordel, emboladas, quadras, sextilhas, martelos, mourões e muitos outros gêneros da mais pura cantoria nordestina.




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Maria Fulô brincando com os ritmos 23 Aug 2016 7:54 AM (8 years ago)


Livraria Jaqueira (Pocket show) Festa beneficiente

O show “Maria Fulô brincando com os ritmos” é um projeto da Maria Fulô em formato infantil, que tem a finalidade de resgatar a cultura pernambucana. É apresentado ao universo infantil cantigas de roda executadas em ritmos pernambucanos como o frevo, forró, maracatu, ciranda, coco de roda, caboclinho, entre outros. Parte importante é a presença de dois animadores interagindo com as crianças em um show super animado.

Justificativa do projeto
Devido a carência de grupos infantis que resgatam a cultura nordestina, Maria Fulô iniciou o projeto no intuito de divulgar a música regional para as crianças. É uma forma de mostrar através de brincadeiras, as nossas raízes, levando ao conhecimento de todos. 

Importância para a comunidade: Aprimorar o conhecimento da cultura pernambucana incentivando as crianças a prestigiarem ritmos nordestinos.

Projeto musical, CD
Esta é a capa do álbum “Brincando com os ritmos”, primeiro CD de Maria Fulô na versão infantil. A capa e o projeto gráfico estampam três personagens infantis e os objetos são inspirados no tema do CD que mostra os principais ritmos pernambucanos, com temas animados para as crianças. Nas cores da bandeira de Pernambuco, o disco foi lançado em outubro de 2013.

CD: Brincando com os ritmos
Músicas - Baixar CD
01. O cavalinho - “Ritmo caboclinho”, anima a criançada e relembra a brincadeira cavalgada, com cavalinhos improvisados de cabos de vassoura.

02. O coco – “Ritmo coco de roda”, associa o “coco fruta” com a forma rítmica.

03. Os instrumentos do forró – “Ritmo xote”, mostra quais são os principais instrumentos utilizados no forró tradicional “Triângulo, sanfona e zabumba.

04. Carnaval animado – “Ritmo de frevo”, associa a importância da família em eventos culturais e ressalta os personagens folclóricos.

05. Dançando ciranda - “Ritmo ciranda”, em brincadeira de roda, apresenta e ensina de forma divertida o ritmo regional, que anda banido dos eventos festivos das cidades pernambucanas.

06. Na minha fazenda – “Ritmo de forró”, O tema fala de alguns animais que as crianças simpatizam e também mostra os sons emitidos por seus personagens.

07. Vale a pena esperar – “Ritmo xote”, mostra um pouco do lado “mãe”, e toda preocupação durante uma gravidez de risco, no qual tudo termina bem.

08. São João do rei – “Ritmo arrasta – pé” fala da animação das festas juninas incentivando a manter a tradição das quadrilhas matutas.


Show Junino Shopping Rio Mar (Arraiá da Maria Fulozinha)
Informações adicionais 
O projeto infantil, MARIA FULÔ BRINCANDO COM OS RITMOS foi lançado em outubro de 2013, o formato infantil, já se apresentou em várias cidades e municípios do interior do estado de pernambuco, como exemplo: Glória, Apoti, Garanhuns, Jaboatão dos Guararapes (Festa da Pitomba), SESCs, inclusive na Capital (Recife) no Parque da Jaqueira, Carnaval do Recife, Festejos juninos o Recife, São João Teatro Luiz Mendonça (Parque D. Lindú), Shopping center, Praça da Vázea (Primeiro festival infantil do dia das crianças), entre outros.

Maria Fulô iniciou sua carreira musical aos 10 (Dez) anos e é um conhecida no no mercado da música nordestina. A artista teve experiência com artistas de renome como: Dominguinhos, Maracatú Nação Pernambuco, Jorge de Altinho, Genival Lacerda, Cristina Amaral, Jair Rodrigues, Trio Nordestino, Trio Virgulino, Os 3 do Nordeste etc.

Parque Dona Lindú
Maria Fulô, traz no seu currículo diversas apresentações em festivais como exemplo: FIG - Festival de inverno de Garanhuns – PE, Festival na onda da dança, Festival do nordeste de Brasília - DF, além de participações importantes como eventos realizados pelo SESC, SENAC, Governo do estado, prefeituras, universidades por todo o Brasil e turnê em Portugal. Maria Fulô, tem (Seis) CDs gravados e é sucesso por onde passa.

Mais Vídeos


Forró


                                                            Show Carnaval


Dançando Ciranda


Frevo Infantil


Conheça mais da Arte de Maria Fulô

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A arte de Maria Fulô 18 Aug 2016 6:55 AM (8 years ago)


Anna Valkyria Nunes da Silva (Maria Fulô), musicista, cantora, compositora, produtora musical e  cultural,  iniciou sua carreira musical aos 10 anos de idade, no ano de 1990. Teve experiências musicais com artistas de renome como: Jair Rodrigues, Jorge de Altinho, Dominguinhos, Genival Lacerda, Trio Virgulino, Cristina Amaral, Banda Magníficos, os repentistas Cajú e Castanha, entre outros.



Relembrando os velhos tempos


Bate coração


Maria Fulô e Os 3 do Nordeste


Foi tecladista oficial do Stúdio Somax, (Recife – PE), no qual desenvolveu experiência como produtora musical. Em 2004,  montou sua banda que era formada só por mulheres e que tinha como principal característica do seu trabalho, a valorização da música nordestina, como exemplo: O forró, frevo, xote, arrasta-pé, entre outros. Após alguns anos a musicista, resolveu assumir o nome Maria Fulô, como nome artístico.

Convidada três vezes para participar do Montreux Jazz Festival, Maria Fulô traz no currículo diversas apresentações como o Festival do Nordeste – DF, Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), Festival na Onda da Dança, Semana Arte Mulher (Minc), Eventos realizados no SESC, SESI, Universidades de todo Brasil e Turnê em Portugal.

Maria Fulô tem 6 discos gravados, incluindo um CD para o público infantil, além de uma coletânea com os melhores sucessos. O grupo ganhou o 1º Lugar no Prêmio da Música Pernambucana: Em 2014, com o disco em que faz homenagem ao Mestre “Dominguinhos” na categoria grupos de forró e em 2016 com o disco “Maria Fulôzinha, brincando com os ritmos”.

Gravou um CD em homenagem a Reginaldo Rossi, no qual contou com participações como: Marron Brasileiro, Nádia Maia, Genival Lacerda, Luciano Magno, entre outros. Atualmente, apadrinhada pelo Trio Virgulino, grupo que revolucionou o forró tradicional, em São Paulo, fazendo crescer a febre do chamado forró universitário, apadrinhando grupos como Fala Mansa, Bicho de pé, Rasta-pé, etc.

Maria Fulô também tem um projeto paralelo, de música regional para crianças, no qual apresentam o  forró, xote, arrasta-pé, frevo, ciranda, entre outros. São músicas do cancioneiro popular infantil em ritmos nordestinos. O projeto infantil “ Maria Fulozinha brincando com os ritmos “ ganhou recentemente (2016) o primeiro lugar no 7 º Prêmio da música pernambucana.

Conheça o Projeto "Maria Fulô brincando com ritmos"

Palco Mp3

Contato
(81) 9 9874.7192 Whats app

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Documentário sobre cantadores de viola 28 Jul 2016 12:22 PM (8 years ago)



Documentário disponível na internet:

Youtube
TV Senado 

Em junho de 2012, uma equipe da TV Senado embrenhou-se pelo interior da Paraíba em busca de pessoas que tenham conhecido o lendário Zé Limeira, cantador negro que viveu os primórdios da cantoria e que criou os versos mais surrealistas da história do repente. Dessa aventura, surgiu O homem que viu Zé Limeira, um documentário sobre o escritor Orlando Tejo, que eternizou os versos desse cantador no livro Zé Limeira, o poeta do absurdo. Mas essa é outra história!

O fato é que das conversas com os moradores da região, repentistas, músicos, pesquisadores e admiradores da cantoria, foi possível conhecer o universo em torno dos cantadores e dos repentistas e a riqueza contida em suas memórias. Nasce então o documentário Cantorias, uma coletânea de histórias que tem como protagonistas os cantadores de viola nordestinos, homens de raciocínio rápido e língua afiada, que deixaram um rastro de poesia mundo afora.

Com depoimentos de Ariano Suassuna, Chico Cesar, Siba, João Furiba, Geraldo Amâncio, Ivanildo Vila Nova, Moacir Laurentino, Oliveiras de Panelas, Jomaci Dantas, Beto Brito, Marcus Accioly, Bráulio Tavares e Gonzaga Rodrigues.O resultado foi um documentário bem humorado e cheio de relíquias como fotos, vídeos e fonogramas que mostram os mestres da cantoria em diferentes épocas. Segue nosso cartaz, o trailer no Youtube e textos para falar desse trabalho. Conto com a colaboração de todos na divulgação!


Cantorias

No sertão paraibano
Naquele século passado
No Teixeira, Romano e Inácio
Fizeram verso acertado
Criando a nossa cantoria
Que da noite para o dia
Deixou o povo encantado.

Dois rimando no passado
Desafiaram a fantasia.
Pinto, Louro e Xudu
Seguiram a mesma porfia
Hoje no rádio e na TV
O que mais o povo vê
São versos de cantoria.

Maurício Melo

Estreia: 30/07 (sábado), às 21h30

Reapresentações:

31/07 – 9h30/ 17h30
01/08 – 1h00
06/08 – 20h00
07/08 – 8h30 / 16h00 
13/08 – 6h00 / 22h00

Direção: Maurício Melo
Produção, roteiro e edição: Lorena Maria
Duração: 28 min


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Coco de Roda Novo Quilombo 30 May 2016 7:08 AM (8 years ago)


Vídeo realizado em 2016 com Ana do grupo de Coco de Roda Novo Quilombo no Quilombo do Ipiranga, município de Conde na Paraíba que. Todo último sábado do mês tem coco de roda, sintam-se convidados.


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Versos do Nordeste - Azul mais celeste 24 May 2016 2:05 PM (8 years ago)




Versos do Nordeste

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No tempo da minha infância 29 Jul 2015 1:34 PM (9 years ago)

No tempo da minha infância
(Ismael Gaião)


No tempo da minha infância
Nossa vida era normal
Nunca me foi proibido
Comer muito açúcar ou sal
Hoje tudo é diferente
Sempre alguém ensina a gente
Que comer tudo faz mal

Bebi leite ao natural
Da minha vaca Quitéria
E nunca fiquei de cama
Com uma doença séria
As crianças de hoje em dia
Não bebem como eu bebia
Pra não pegar bactéria

A barriga da miséria
Tirei com tranquilidade
Do pão com manteiga e queijo
Hoje só resta a saudade
A vida ficou sem graça
Não se pode comer massa
Por causa da obesidade

Eu comi ovo à vontade
Sem ter contra indicação
Pois o tal colesterol
Pra mim nunca foi vilão
Hoje a vida é uma loucura
Dizem que qualquer gordura
Nos mata do coração

Com a modernização
Quase tudo é proibido
Pois sempre tem uma Lei
Que nos deixa reprimido
Fazendo tudo que eu fiz
Hoje me sinto feliz
Só por ter sobrevivido

Eu nunca fui impedido
De poder me divertir
E nas casas dos amigos
Eu entrava sem pedir
Não se temia a galera
E naquele tempo era
Proibido proibir

Vi o meu pai dirigir
Numa total confiança
Sem apoio, sem air-bag
Sem cinto de segurança
E eu no banco de trás
Solto, igualzinho aos demais
Fazia a maior festança

No meu tempo de criança
Por ter sido reprovado
Ninguém ia ao psicólogo
Nem se ficava frustrado
Quando isso acontecia
A gente só repetia
Até que fosse aprovado

Não tinha superdotado
Nem a tal dislexia
E a hiperatividade
É coisa que não se via
Falta de concentração
Se curava com carão
E disso ninguém morria

Nesse tempo se bebia
Água vinda da torneira
De uma fonte natural
Ou até de uma mangueira
E essa água engarrafada
Que diz-se esterilizada
Nunca entrou na nossa feira

Para a gente era besteira
Ter perna ou braço engessado
Ter alguns dentes partidos
Ou um joelho arranhado
Papai guardava veneno
Em um armário pequeno
Sem chave e sem cadeado

Nunca fui envenenado
Com as tintas dos brinquedos
Remédios e detergentes
Se guardavam, sem segredos
E descalço, na areia
Eu joguei bola de meia
Rasgando as pontas dos dedos

Aboli todos os medos
Apostando umas carreiras
Em carros de rolimã
Sem usar cotoveleiras
Pra correr de bicicleta
Nunca usei, feito um atleta,
Capacete e joelheiras

Entre outras brincadeiras
Brinquei de Carrinho de Mão
Estátua, Jogo da Velha
Bola de Gude e Pião
De mocinhos e Cawboys
E até de super-heróis
Que vi na televisão

Eu cantei Cai, Cai Balão,
Palma é palma, Pé é pé
Gata Pintada, Esta Rua
Pai Francisco e De Marré
Também cantei Tororó
Brinquei de Escravos de Jó
E o Sapo não lava o pé

Com anzol e jereré
Muitas vezes fui pescar
E só saía do rio
Pra ir pra casa jantar
Peixe nenhum eu pagava
Mas os banhos que eu tomava
Dão prazer em recordar

Tomava banho de mar
Na estação do verão
Quando papai nos levava
Em cima de um caminhão
Não voltava bronzeado
Mas com o corpo queimado
Parecendo um camarão

Sem ter tanta evolução
O Playstation não havia
E nenhum jogo de vídeo
Naquele tempo existia
Não tinha vídeo cassete
Muito menos internet
Como se tem hoje em dia

O meu cachorro comia
O resto do nosso almoço
Não existia ração
Nem brinquedo feito osso
E para as pulgas matar
Nunca vi ninguém botar
Um colar no seu pescoço

E ele achava um colosso
Tomar banho de mangueira
Ou numa água bem fria
Debaixo duma torneira
E a gente fazia farra
Usando sabão em barra
Pra tirar sua sujeira

Fui feliz a vida inteira
Sem usar um celular
De manhã ia pra aula
Mas voltava pra almoçar
Mamãe não se preocupava
Pois sabia que eu chegava
Sem precisar avisar

Comecei a trabalhar
Com oito anos de idade
Pois o meu pai me mostrava
Que pra ter dignidade
O trabalho era importante
Pra não me ver adiante
Ir pra marginalidade

Mas hoje a sociedade
Essa visão não alcança
E proíbe qualquer pai
Dar trabalho a uma criança
Prefere ver nossos filhos
Vivendo fora dos trilhos
Num mundo sem esperança

A vida era bem mais mansa,
Com um pouco de insensatez.
Eu me lembro com detalhes
De tudo que a gente fez,
Por isso tenho saudade
E hoje sinto vontade
De ser criança outra vez...

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Nova Edição - Para rir até chorar com a cultura popular 12 Jun 2015 8:13 AM (9 years ago)

Este livro busca a essência da mais pura poesia popular. E decifra suas mais diversas formas de composições. Foi com essa intenção que o autor desta obra fez um estudo e descreveu em mais de 300 páginas os mais variados ramos da cultura popular, traduzidas em poesias, cantorias, literatura de cordel, emboladas, canções, gestas e romances. A trajetória dos repentistas e o universo dos seus conhecimentos, são aqui narrados, mostrando ainda aquilo que somente os grandes mestres da sabedoria popular podem interpretar fielmente.


Nesta 2ª edição, revista e melhorada, o autor ampliou suas observações, introduziu novos capítulos e aumentou o número de gêneros da cantoria. O resultado foi um aumento no campo e pesquisa de quem necessita compreender a literatura de cordel.

Saiba mais sobre o autor
Saiba mais sobre o livro
Leia alguns trechos

E continua repassando para o leitor as brigas poéticas engraçadas, cantadas ou faladas, de poetas nordestinos. Uma farta análise relaciona cordel, emboladas, quadras, sextilhas, martelos, mourões e muitos outros gêneros da mais pura cantoria nordestina.



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Novo Filme Independente - Calango do Agreste 25 Sep 2013 2:15 AM (11 years ago)

Elenco

Luz, Câmera, Ação! No último sábado, 21 de Setembro, na Vila Mariana em São Paulo, todo o elenco e a produção do novo filme CALANGO DO AGRESTE este presente para o coquetel da pré-produção do filme. Uma comédia interessante, envolvente além de personagens que se tornarão inesquecíveis. O filme Calango do Agreste terá suas primeiras cenas filmadas a partir de Novembro de 2013. O Lançamento previsto do filme é para Junho de 2014.

"Estamos com uma equipe legal, elenco sensacional, tenho certeza que este filme irá agradar à todos os públicos. Estão todos de parabéns", segundo Andrews Henrique (produtor).

"O roteiro está riquíssimo, com detalhes importantes onde histórias reais irão se misturar com a ficção. Será mais que um filme, será uma homenagem a este povo batalhador", segundo Jorge Barreto, diretor do filme.

Mesmo sendo uma comédia o filme não deixará de abordar as diferenças entre a cultura nordestina com a cultura paulista, além do cotidiano, irá mostrar vários problemas que existem numa sociedade grande como em São Paulo mas também abordar os problemas existentes aqueles que vivem no Nordeste brasileiro, a cada cena, uma história emocionante.

Roteiro e Direção de Jorge Barreto, com várias cenas no próprio Centro de Tradições Nordestinas. Calango do Agreste, o filme.


Veja abaixo a Sinopse do filme:
"CALANGO DO AGRESTE" CONTA A ESTORIA DE CORISCO, UM CABRA MACHO DESCENDENTE DE LAMPIÃO, MATUTO DO NORDESTE BRASILEIRO,COSTUMADO A DORMIR AO RELENTO, SEM RESIDENCIA FIXA, ELE E SEU CAVALO XIBUNGO SÃO CONHECIDO NA CIDADE ONDE MORA, NA PEQUENA E PACATA CIDADE DE MARIZÓPOLIS, É TEMIDO E RESPEITADO POR TODOS NA REGIÃO POR SER PISTOLEIRO,MATADOR DE ALUGUEL, ENTRE OUTRAS COISA É VAQUEIRO, LEVA A VIDA A TOCAR BOIADA NO AGRESTE. ATE QUE UM DIA, ATRAVÉS DE UM SONHO, A SORTE LHE SORRIU,ELE ACHOU UM DIAMANTE RARO, E ASSIM ELE VEM PARA SÃO PAULO PARA NEGOCIAR O DIAMANTE, MAU SABE ELE QUE ESTA SENDO SEGUIDO PELO DELEGADO E POR TRÊS ÁRABES DE SUA CIDADE, QUE QUEREM A QUALQUER CUSTOS O DIAMANTE, AO QUAL ELES O CONHECE POR O OLHO DO TIGRE, UMA PEDRA RARA DE
ALTÍSSIMO VALOR COMERCIAL. CHEGANDO EM SÃO PAULO, LOGO SE DEPARA COM UMA CENA DE ASSALTO, E ACABA SALVANDO DA MORTE UM JOVEM ESTUDANTE ALEX, COM QUEM COMEÇA UMA GRANDE AMIZADE, ASSIM COMEÇA A SUA TRAJETÓRIA NA CIDADE DE SÃO PAULO, A DESCOBERTA DESSE MUNDO NOVO O ENCANTA. ALEX TEM 25 ANOS ESTA FAZENDO FACULDADE DE CINEMA, TEM UMA GALERA TODA JOVEM QUE PASSA A SE ENCANTAR COM CORISCO,E O LEVAM PARA BALADAS, BARZINHOS, MAS O PERIGO LHE RONDA POR TODOS OS LADOS, COMO
SOBREVIVER NA CIDADE GRANDE? SE ACOSTUMAR COM AS DIFERENÇA SOCIAIS?  E AS PERSEGUIÇÕES POR CONTA DO SEU DINHEIRO ATRAINDO OS OPORTUNISTA, MAIS UMA ESTORIA EMOCIONANTE ENGRAÇADA, CHEIA DE AVENTURA ROMANCE E SUSPENSE.


Um filme de Jorge Barreto
Créditos das Fotos: Léo Castro
Matéria feita por: Stéfano Matos (Assessoria de Imprensa)
Contato: andrews.henrique@agenciaonoff.com.br
Cel.: (11) 9-4891-8044

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Pedido Nordestino 12 Jun 2013 12:42 PM (11 years ago)


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Pinto do Monteiro - Sextilha 28 May 2013 3:12 PM (11 years ago)



Mote:
"Se o tempo não passasse e a gente não envelhecesse"

Foi na Prata-PB, cantando no beco da bodega de Mariano Morcego, com Lino Pedra Azul, quando começou esta bela sextilha:

Se o tempo não passasse
E a gente não envelhecesse
Se chegasse aos vinte anos
Nem subisse e nem descesse...

Nisso, chegou Pedro Caial - um negro magro, comprido e desengonçado, completamente embriagado, mas grande admirador do cantor. Caial partiu para lhe dar um abraço, caindo por cima dele, quase derrubando-o. Alguém da platéia, de pronto, veio acudir e levou Pedro Caial embora; Pinto se peneirou e retomou a sextilha:

Se o tempo não passasse
E a gente não envelhecesse
Se chegasse aos vinte anos
Nem subisse e nem descesse
Diz agora o que é que eu faço
Com um "fela da puta" desses!



Fonte: Pinto Velho do Monteiro - Um cantor sem parelha.
Autor: Joselito Nunes
Edições Bagaço

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Obras da série Guerra dos Tronos ganham capas inspiradas em literatura de cordel 21 May 2013 5:46 PM (11 years ago)



Já imaginou misturar as obras de fantasia de George R. R. Martin com a clássica literatura de cordel do nordeste brasileiro? Bom, se você realmente imaginou isso, provavelmente você é Tenement Funster, o designer brasileiro por trás desse trabalho super criativo e bacana de ilustração. Utilizando uma técnica inspirada na xilogravura, Funster adaptou as cinco capas dos livros já publicados da série Guerra dos Tronos. Dá até vontade de ver essas imagens em edições de verdade dos livros, né?

Para ampliar as imagens e ver mais detalhes, clique nos links abaixo:
“A Guerra dos Tronos”
“A Fúria dos Reis”
“A Tormenta de Espadas”
“O Festim dos Corvos”
“A Dança dos Dragões”

Fonte: Revista Super Interessante

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Eu, ela e a rede 19 May 2013 1:47 PM (11 years ago)


Você já teve olhos vermelhos nas fotos, background desfocado, bordas mais escuras, impressão de que estava no ano de 1977 e a porra toda? Tirando os olhos vermelhos eu já vi e vivi todas essas coisas. Descobri que LO-FI não é um cantor de HIP-HOP e que Valencia não passa perto de ser uma cidade da Espanha. Comprar queijo se tornou um martírio pra mim.

- INSTAGRAM mais, pode ser?
- Instagram?
- Não, senhor! TRINTA GRAMAS a mais! Pode ser?

Comecei a ficar paranoico. Pudera. Minha namorada ganhou um iphone do pai e eu desejei, com todo o meu amor, que ele explodisse quando estivesse carregando. Não o pai. O celular. Eu até gosto da Apple. O problema são os aplicativos. Outro dia, já sabendo que ela não ia largar o maldito, levei-a para jantar num restaurante conhecido pelo rápido atendimento e preparação do prato. A puta-que-pariu foi quem me deu essa ideia. Vi uma estrela cadente naquela noite e pedi que o chef de cozinha tivesse uma disenteria por 2 dias. Não que a comida tivesse ruim, mas é que o prato era muito bonito e isso eu tenho que confessar. Percebendo o perigo, procurei rapidamente uma saída e perguntei à namorada se ela queria vinho ou suco. A resposta não veio. E não veio pelos 24 minutos e 43 segundos seguintes. Ela tinha tirando uma foto do prato. Comi, pedi a sobremesa, terminei e ela lá.

Tira foto, muda de posição, põe o Lo-fi, recorta, posta, curte, compartilha, comenta, divulga no Whatsapp, sincroniza com o Facebook, comenta de novo, retribui o elogio da amiga e a desgraça do celular não descarrega! O que não faria diferença, pois ela comprou um carregador portátil que, com certeza, é da Demônio’s Corporation.

- Pera, amor. Tô falando com a Renata no Whatsapp.
Na mesma hora, carreguei quase que à força para a casa da Renata e a deixei lá conversando com a amiga. Na esperança de fazer um bem à humanidade e tentar fazer com que as relações interpessoais voltassem ao que era antes. Saí pelo portão da frente e antes que eu entrasse no carro, meu celular toca: O assobio do Whatsapp: - Te amo, amor. (L) – Voltei na mesma hora.
- Você tava comigo até agora e falando com a Renata no Whatsapp.
- Sim.
- Agora que você está com ela, fala comigo no Whatsapp?!
- Hum rum!
Inspira... expira... inspira... expira. “Creio em Deus pai, todo poderoso. Criador do céu e da terra... o Mark Zuckerberg vai pro inferno, não vai?”
- Amor, Deus curtiu o seu status! Que porra é essa? Deus ta na rede?
- É Zeus!
- Zeus?
- O cachorro da vizinha!
- O cachorro da vizinha tem uma página no Facebook?
- Compartilhei uma foto dele ontem. Você nem curtiu! Tá acontecendo alguma coisa? Acho que a gente precisa conversar. O que está acontecendo com você?
- Comigo?

Desisti aí. A ideia que eu tinha de ménage a trois era outra. Duas mulheres se beijando... eu no meio da putaria... uva... vinho... banheira... essas parada. Agora eu imagino as duas fazendo biquinho e colocando a foto no Instagram. Imagina lá as hashtags: #instaporn #instamenage #instafoda. Hoje eu tenho ódio de cachorro e gato fofinho, lua cheia, comida bonita, céu azul com nuvens claras, rua com muita árvore, outono, pôr do sol, nascer do sol, sol, praia, espelho, academia, printscreen, casa antiga e uma porrada de coisa. Cara... não sei não. Não demora nada e os pedidos de namoro vêm com os Termos de Uso e Política de Privacidade.
Se eu acabei o namoro? Não! Só mudei meu status pra “Em um relacionamento enrolado: eu, ela e a rede”

Mano Garcia
https://www.facebook.com/omanologo?fref=ts

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Cariri Cangaço de alma nordestina 20 Apr 2013 5:17 AM (11 years ago)




Depois de Lavras da Mangabeira em Maio, Sousa e Nazarezinho em Junho, agora temos a confirmação da terceira e última grande avant premier do Cariri Cangaço neste 2013. Novamente rompendo as barreiras do Ceará, antes de mesmo de setembro chegar, teremos a Semana do Cangaço; 75 anos da morte de Lampião - Mistérios e Mentiras de Angico, no Cariri Cangaço: Piranhas e Canindé do São Francisco.

 A programação completa está sendo construída por uma equipe dos dois municípios, tendo a frente o Conselheiro Cariri Cangaço, Jairo Oliveira e o secretario de Cultura de Piranhas, Luiz Carlos Salatiel, que constará de Conferências, Palestras, Debates, Colóquios, Lançamento de Livros, Vídeos Documentários e muita festa com Xaxado e Forró Pé de Serra.

Para Jairo Oliveira, é uma "grande satisfação promover esta grande integração de nosso nordeste, o Cariri Cangaço, um evento de sucesso que nasceu no Ceará, chega a Alagoas e Sergipe com esta força de uma grande construção coletiva e com certeza será um grande evento". Para o Curador do Cariri Cangaço, Manoel Severo "voltar ao baixo São Francisco, estar em Piranhas, Poço Redondo e Canindé do São Francisco, onde temos tantos amigos e em dos principais cenários da história de nosso cangaço, ainda por cima promovendo um Cariri Cangaço dentro desta Semana Tradicional, é uma grande alegria, sem tamanho. Só temos que agradecer a todos os parceiros, aos Secret ários Salatiel, Francisco Edson, Hélcio, aos senhores Prefeitos dos municípios de Piranhas e Canindé e principalmente a esse grande amigo, profissional dos mais talentosos e para nosso urgulho, Conselheiro do Cariri Cangaço, Jairo Luiz Oliveira, parabens e em Julho, todos aqui nesta grande festa."

O Cariri Cangaço chega as estados de Alagoas e Sergipe através dos municípios de Piranhas e Canindé do São Francisco, entre os dois municípios o majestoso Rio São Francisco; de um lado Sergipe do outro, Alagoas. Encravados no chamado baixo São Francisco, Piranhas ao lado de Canindé do São Francisco e outros municípios próximos, como Poço Redondo e Olha D'agua do Casado, são cenários importantes e vitais dentro da história do cangaço nordestino. Ali, no visinho Poço Redondo se localiza o cenário do último ato de Virgulino Lampião: A Grota do Angico.

Um dos pontos alto da Programação do evento em Piranhas e Canindé será a homenagem prestadas pelos municípios e pelo Cariri Cangaço a um de seus mais ilustres filhos: Alcino Alves da Costa, o Caipira de Poço Redondo, terra que amou e pela qual se dedicou por toda uma vida.

Tudo isso só foi possível pela dedicação e entusiasmo de todos vocês, grande abraço,
Manoel Severo

Mais informações
www.cariricangaco.com

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Poesia - Jesus no Xadrez 17 Apr 2013 12:49 PM (11 years ago)



Jesus No Xadrez
(Cordel Do Fogo Encantado)

No tempo em que as estradas
Eram poucas no sertão
Tangerinos e boiadas
Cruzavam a região
Entre volante e cangaço
Quando a lei
Era a do braço
Do jagunço pau-mandado
Do coroné invasô
Dava-se no interiô
Esse caso inusitado

Quando o Palmeira das Antas
Pertencia ao capitão
Justino Bento da Cruz
Nunca faltô diversão
Vaquejada, canturia
Procissão e romaria
sexta-feira da paxão

Na quinta-feira maió
Dona Maria das Dores
No salão paroquial
Reuniu os moradores
Depois de uma preleção
Ao lado do capitão
Escalava a seleção
De atrizes e atores

Todo ano era um Jesus
Um Caifaz e um Pilatos
Só não mudavam a cruz
O verdugo e os maltratos

O Cristo daquele ano
Foi o Quincas Beija-flor
Caifaz foi Cipriano
Pilatos foi Nicanô

Duas cordas paralelas
Separavam a multidão
Pra que pudesse entre elas
Caminhar a procissão

Quincas conduzindo a cruz
Foi num foi adivirtia
O Cinturião perverso
Que com força lhe batia

Era pra bater maneiro
Bastião num intidia
Divido um grande pifão
Que tomou naquele dia
D'um vinho que o capelão
Guardava na sacristia

Cristo dizia:
- Ô rapais, vê se bate divagar
Já to todo incalombado
Assim num vô agüentar
Tá cá gota pra duer
Ou tu pára de bater
Ou a gente vai brigar
Jogo já essa cruis fora
Tô ficando aperriado
Vô morrê antes da hora
De ficar crucificado

O pior é que o malvado
Fingia que num ouvia
E além de bater com força
Ainda se divirtia
Espiava pra Jesus
Fazia pôco e dizia:
- Que Cristo frôxo é você?!
Que chora na procissão
Jesus, pelo que se sabe
Num era mole assim não
Eu to batendo com pena
Tu vai vê o que é bom
Na subida da ladeira
Da venda de Fenelom
O côro vai ser dobrado
Até chegar no mercado
A cuíca muda o tom

Naquele momento ouviu-se
Um grito na multidão
Era Quincas
Que com raiva
Sacudiu a cruz no chão
E partiu feito um maluco
Pra cima de Bastião
Se travaram no tabefe
Pontapé e cabeçada
Madalena levou queda
Pilatos levou pancada
Deram um cacete em Caifaz
Que até hoje num faz
Nem sente gosto de nada

Dismancharam a procissão
O cacete foi pesado
São Tumé levou um tranco
Que ficou desacordado
Acertaram um cocorote
Na careca de Timote
Que inté hoje é aluado

Inté mesmo São José
Que num é de confusão
Na ânsia de defender
Seu filho de criação
Aproveitou a garapa
Pra dar um monte de tapa
Na cara do bom ladrão

A briga só terminou
Quando o dotô delegado
Interviu e separô
Cada santo pro seu lado

Desde que o mundo se fez
Foi essa a primêra vez
Que Jesus foi pro xadrês
Mas num foi crucificado

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Gravação do primeiro DVD - Jessier Quirino 24 Mar 2013 3:17 PM (11 years ago)

Gravação do primeiro DVD do poeta JESSIER QUIRINO

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Todas as mulheres 7 Mar 2013 1:36 PM (11 years ago)





Todas as mulheres
(Dalinha Catunda)


Mulher melindrosa
Bonita e faceira
Safada brejeira,
Rude perigosa
Desfila garbosa
Com sua bandeira
Na missa na feira
No lar no bordel
Cumpre seu papel
Com ar de guerreira.

Mulher mal-amada
Sem eira nem beira
Que fala besteira
E desatinada
Se diz estudada
E bate no peito
Botando defeito
Em tudo que ver
Não sabe crescer
Mas deve ter jeito.

Mulher atrevida
 Que rir e graceja
Que toma cerveja
Que é seduzida
Que gosta da vida
De amor e paixão
Sem elo ou prisão
Tem autonomia
E sem ser vadia
Respira emoção.

A mártir do lar
Mulher não quer ser
Aprendeu bater
Pra não apanhar
Se o homem tentar
Ele entra na lenha
Maria da Penha
É lei que vigora
Quem bate agora
Algema desenha.

Mulher quer carinho
Não foge do laço
E sem embaraço
Refaz seu caminho
Quer flor sem espinho
E quer ser querida
Ser reconhecida
Em tudo que faz
Ser igual lhe apraz
Por ser aguerrida. 

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O Dialeto "Nordestinês" 20 Jan 2013 12:00 AM (12 years ago)

É bem verdade que o Brasil pela sua diversidade cultural poderia muito bem ser dividido, formando uns 4 ou 5 países independentes e manter sua puculiariedade em cada um deles. Se isso fosse possível, o Nordeste certamente seria a grande nação sertaneja, como na canção Nordeste Independente, com vários dialetos e sotaques próprios da região.

O jeito de falar aqui na Paraíba já sofre uma grande transformação da forma como se fala em Pernambuco, por exemplo. E eu não estou me referindo apenas ao sotaque não. São expressões completamente diferentes em estados vizinhos para designar a mesma coisa. É uma riqueza lingüística tão grande que nem parece que estamos na mesma região.


Para ilustrar bem esse tema tão interessante, vale a pena assistir a matéria que foi ao ar no 
jornal da TV Globo: "Bom Dia Brasil". O poeta Jessier Quirino explica as expressões do dia-a-dia dos pernambucanos.



Reportagem de Mônica Silveira

Imagens de Robson Batista

Veja também um vídeo sobre o "baianês" postado pela colega Alcione Torres.

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